MENSAGEM 1: " O FIM DE TODAS AS COISAS ESTÁ PRÓXIMO" (por Adilson Simões)
Estamos
em um tema que temos falado durante todo o ano de 2015 com ajuda dos irmãos do Equador, África
e no Rio. O tema é “O fim de todas as coisas está próximo”. Não é o fim do
mundo, mas de todas as coisas religiosas. Essa comunhão está baseada em quatro
cartas, as quais são destinadas a um publica que tem uma história muito
semelhante à nossa: Tiago, 1 e 2 Pedro e Judas,
Primeiro
quero mostrar como tudo começou. Em Atos 2:5 ARA
lemos: Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de
todas as nações debaixo do céu. Já em Atos 11:19 ARA
diz: “Então, os que foram dispersos por causa da tribulação que sobreveio a
Estêvão se espalharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a
ninguém a palavra, senão somente aos judeus.”.
Estes
dois versículos são usados pelos estudiosos da Bíblia para definir o surgimento
dos crentes da dispersão. Segundo esses estudiosos, ou eles foram convertidos
no dia do Pentecostes ou foram evangelizados depois da perseguição. Assim
surgiram os judeus cristãos vindos de Jerusalém, da Capadócia e de Bitínia. Uma
região aonde Pedro, Tiago e Judas cooperaram para o progresso da fé entre os
irmãos.
TRÊS
NÍVEIS DE AJUDA
Podemos
definir essa porção em três níveis de ajuda. O primeiro nível está na carta de
Tiago, o segundo nas cartas de Pedro e o terceiro em Judas. O que há de
especial nessa história? Quando abrimos Tiago há três palavras que odiamos. A
primeira é a palavra “tribo”, mas os judeus, quando são chamados de tribo de
Israel ficam contentes. Logo no primeiro versículo Tiago endereça a sua carta
às doze tribos que estão na dispersão. Essas doze tribos são os judeus que se
converteram ao Senhor e que Tiago chama carinhosamente de doze tribos. Em Tg
5:14 há referência aos presbíteros da igreja, portanto não é tribo, é igreja.
São os dissidentes das tribos de Israel.
Deus,
em Sua misericórdia, levanta pessoas e meios para incluir todos os que Ele
escolheu. Antigamente nós desprezávamos Tiago, mas agora estamos entendendo que
Tiago usava uma linguagem que era compreendida pelos judeus. Foram chamados de tribo, mas eram a igreja.
Outro
ponto que não gostamos está em Tg 1:26-27 onde aparecem as palavras
"religiosos" e "religião". Mas essa era a linguagem que os
judeus usavam. Em Tg 2:2 chama de sinagogas os locais onde se reuniam. É por
isso que muitos discriminam Tiago e questionam a sua clareza a respeito do propósito
de Deus. Mas ele simplesmente está usando uma linguagem acessível aos judeus.
Nessa situação Paulo não era a pessoa mais indicada para escrever aos judeus
cristãos, pois ele iria massacrá los.
Cheio
de amor, Tiago usou a linguagem dos judeus recém convertidos. Isso é o amor do
Senhor, cuidando de Seus filhos em cada situação e em cada nível em que se
encontram. O Senhor está levantando homens para apascentar o Seu rebanho. Os
que ainda estão no sistema são cuidados por servos como Tiago que o Senhor está
levantando.
Esses
judeus estavam espalhados, eram peregrinos e estrangeiros e a força do judaísmo
não os controlava mais. Pouco a pouco os elementos do judaísmo perdia a força
no viver desses judeus. Daqui a pouco não havia mais sinagoga, nem circuncisão,
nem lei mosaica e nem dieta. Por estarem espalhados os elementos da religião
judaica perdiam a força.
Nesse
primeiro nível Tiago foi levantado para cuidar deles, identificado em sua
linguagem. No segundo nível Pedro escreve da Babilônia, duas cartas a esse
mesmo público. Na história, Pedro escreveu quando Paulo estava preso ou quando tinha
acabado de ser martirizado. Ao lermos Pedro, vemos que Paulo também escreveu a
essas pessoas, mas não em um nível inicial, mas com palavras difíceis de serem
entendidas. Pedro então assume essa jurisdição.
Essa
história tem ajudado todo o continente africano a compreender o nosso papel
após sermos espalhados. Que salvação é sermos espalhados! O sistema gosta de aglomeração,
mas nós fomos espalhados. Somos forasteiros e peregrinos, somos da pátria
celestial. O sistema fica nos procurando para nos controlar. Nos reunimos
assim, aglomerados nessa conferência, mas logo depois nos espalhamos. Não têm
como nos achar e controlar. É maravilhoso ser espalhados. O Senhor quer nos
espalhar!
Preste
atenção nesses dois versículos:
- “Amados,
exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões
carnais, que fazem guerra contra a alma”, (1 Pedro
2:11 ARA)
- “Como
livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas
vivendo como servos de Deus”. (1 Pedro 2:16 ARA)
Eles
eram peregrinos, pois estavam no estrangeiro, fora da atmosfera religiosa da Judéia,
mas também estavam livres do judaísmo. No aspecto espiritual também somos
peregrinos e estrangeiros, pois não pertencemos a esse mundo. Também somos
livres da religião. Esse grupo de judeus cristãos ganhou o apelido de livres.
Tiago foi o primeiro a se preocupar, mas Pedro tem uma preocupação especial com
os que foram libertos do judaísmo.
OS
LIVRES, OS SOLTOS E OS LIBERTINOS
Fora
da religião eu encontrei três tipos de grupos que foram libertos da religião:
os livres, os soltos e os loucos. Os livres estão algemados ao Senhor Jesus. De
maneira séria e responsável, eles continuam congregando, servindo, cuidando da
família, dando testemunho do Senhor Jesus, encabeçados por Ele e tendo Cristo
como único centro.
O
outro grupo está solto, não está encabeçado. Ataca a religião, sabe identificar
todos os problemas da religião, mas está tão solto que não consegue nem
congregar. Acham que congregar batizar, cear, e até ler a Bíblia é um dogma
religioso.
O
terceiro grupo é dos libertinos. Eles saem da esfera religiosa e caem na
libertinagem, na carne. Eu já tive contato com todos eles, mas prefiro ficar
com os livres. Os que são soltos e libertinos riem dos livres, pois acham que
ainda estamos na esfera religiosa. Ficaram realmente muito traumatizados. Ficam
com medo de fazer qualquer coisa, pois acham que tudo é religião.
Um
dia, em uma reunião com os que se achavam livres (mas na verdade eram apenas soltos),
nos reunimos e todos ficaram calados sem saber o que fazer. Alguém falou, vamos
orar para começar a reunião. Todos fecharam os olhos, os minutos se passaram,
mas ninguém tinha coragem de orar, até que um deles sugeriu ao outro que
fizesse uma oração. Então o outro se levantou dizendo que não, que estava livre
e que não iria orar porque estava cansado das pessoas mandarem nele. No final,
tentei marcar a próxima reunião. Então um deles me disse não era para marcar nada,
pois era o Espírito que iria ajuntá los novamente. Eu lhe disse que já havia
feito algo assim antes, na macumba, antes de se crente. Até hoje o Espírito
Santo não marcou outra reunião para esses irmãos e eles sumiram. Enfim, há muito
trauma e até um pouco de loucura. Os que foram libertos do sistema precisam de
cuidados.
Leiamos
novamente 1 Pedro 2:16: “como livres que sois,
não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como
servos de Deus.”.
Nós
somos livres, mas temos responsabilidade para com o testemunho do Senhor Jesus.
Somos livres, mas devemos usar bem essa liberdade. Têm duas coisas: Ser livre e
usar a liberdade. Somos livres, mas como estamos usando essa liberdade? Cada um
tem autonomia para usar sua liberdade tanto para edificação quanto para
destruição.
Pedro
está preocupado com os cristãos livres, pois alguns deles já estavam entrando
na libertinagem. Se você ler a carta com esses óculos você verá uma história
maravilhosa. É um grupo de irmãos que eram livres, mas precisavam aprender a
usar essa liberdade.
Em 1 Pedro 4:7 lemos: “Ora, o fim de todas as coisas
está próximo;”. Esse é o fim de todas as coisas religiosas, das práticas velhas
e da bagagem religiosa que herdamos dos nossos antepassados. Precisamos
esvaziar nossa mochila e ter um novo início, encabeçados pelo Senhor Jesus. Pedro
percebeu que essas práticas, esses conjuntos de normas um andador, uma muleta
que foi removida e agora eles precisavam ver como caminhar em uma direção
segura sem nada além de Cristo para se apoiar.
UMA
NOVA DIREÇÃO
Pedro
precisava dar uma direção aos crentes livres. Dar uma direção aos cristãos
livres era talvez o maior desafio entre os apóstolos. Esses livres eram judeus ou
adeptos de religiões pagãs que podiam tomar novamente o caminho de constituir
uma nova religião. Principalmente os judeus que tinham construído uma religião
com o que Deus deu, ou seja, o templo, o sábado, a dieta, as leis etc. Então, Pedro
tinha que dar uma direção aos crentes livres sem lhes dar nenhuma base ou
estrutura para eles construírem outra religião. Nós corremos o perigo de fazer
outra religião.
A
direção que Pedro deu nos versículos abaixo não fornecia nenhuma base para se
construir nenhuma outra estrutura religiosa:
“Ora,
o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a
bem das vossas orações. Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com
os outros, porque o amor cobre multidão de pecados. Sede, mutuamente,
hospitaleiros, sem murmuração. Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que
recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala,
fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que
Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de
Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos.
Amém!"
(1 Pedro 4:7-11 ARA)
CRITERIOSOS
E SÓBRIOS
Nós
que estamos no campo, fora do muro do aprisco religioso, precisamos ser muito
criteriosos e muito sóbrios, pois aqui fora há muitos ventos de doutrinas, há
muitos tipos de apóstolos. Não somos exclusivistas, temos a porta aberta e por
isso estamos muito vulneráveis aos ventos de doutrinas. Acolhemos a todos, porém
com sobriedade e muito critério. Essa foi a primeira direção que Pedro deu.
Muitas
assembleias livres se dissolveram e desapareceram aqui no Brasil. Isso é novo,
pois eu nunca vi uma assembleia desaparecer. Já havia falado sobre o
arrebatamento, mas desaparecimento de uma igreja aqui na terra eu nunca vi. Tenho
viajado bastante e visto assembleias com 60 e até duzentos irmãos
desaparecerem.
Isso
acontece porque não tiveram critério na inclusão, sobriedade no acolhimento e
clareza na doutrina. Há muitos ventos de doutrinas. Algumas assembleias ficaram
tanto tempo fechadas que quando se viram livres a riram as portas sem
discernimento e as doutrinas destruíram a vida espiritual dos filhos de Deus.
Que o Senhor nos dê critério para incluir e acolher.
ACIMA
DE TUDO TER AMOR INTENSO UNS PARA COM OS OUTROS
Esses
dois elementos não dão nenhuma base para construir uma estrutura religiosa.
Deus é Amor, portanto, amar intensamente uns aos outros não é uma religião.
Amar acima de tudo. Que o Senhor possa nos aclarar, pois o Amor deve ser
superior a tudo.
HOSPITALEIROS,
ACOLHEDORES (inclusão dos débeis e dos dons)
Quando
falamos de acolhimento, nos lembramos de Romanos 14:1
ARA: “Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões”.
Acolher
o débil é relativamente fácil, o difícil é acolher os dons e os ministérios. Se
não ganharmos uma visão muito clara do acolhimento, podemos fazer como fizeram
os 12 discípulos no período do ministério terrenal do Senhor Jesus.
Se
fizermos como os doze, a igreja não incluirá mais irmãos. Os discípulos não
estavam claros do acolhimento aos débeis pelo Senhor Jesus e por isso, O cercavam
e impediam que chegassem até Ele. Por exemplo, a mulher Cananéia chegou ao
Senhor querendo que Ele socorresse sua filha. Ela estava disposta até a se
humilhar com uma cachorrinha, comendo as migalhas, mas os discípulos rogaram ao
Senhor para que este a mandasse embora (Mt 15:21-29).
Quando
o Senhor passava o cego gritava cada vez mais alto, Jesus, Filho de Davi, tem
compaixão de mim. E os que iam à frente o repreendiam para que se calasse (Lc
18:38-39). Até os que traziam as crianças para que Jesus impusesse as mãos e as
abençoasse, os discípulos repreendiam (Mt 19:13-15).
Os
discípulos não acolhiam nem a Cananéia nem o cego e nem as crianças. Os doze
eram muito fechados, mas o Senhor fez uma obra de acolhimento neles. O Senhor
também precisa fazer essa obra em nós. Cristo é o centro, mas nós não podemos
nos reunir em torno dEle para impedir que os outros também se acheguem.
Com
relação ao acolhimento dos dons, vemos em Mateus 17:14-21 os discípulos
tentando expulsar um demônio e não conseguindo. Em Marcos 9:38-39 João disse:
Mestre, vimos um homem que, em Teu Nome, expelia demônios, o qual não nos
segue; e nós o proibimos, porque não seguia conosco.
Mas,
Jesus respondeu:
“Não o
proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e, logo a seguir possa
falar mal de mim. Pois quem não é contra nós é por nós”.
Preste
atenção que João disse que eles proibiram o homem de expulsar demônios porque
ele não seguia com eles. Se seguisse conosco ele poderia expulsar. Bem que os
discípulos precisavam de alguém para expulsar demônios, mas não eram
acolhedores. Esse é um exemplo de dom e serviço que não foram acolhidos pelos
discípulos.
O
Senhor reprovou os discípulos que não acolheram a Cananéia, o cego, as crianças
e nem o irmão que expulsava demônio. Sem acolhimento fica muito difícil
crescermos. Que o Senhor nos dê um coração acolhedor tanto dos débeis, quanto
dos dons.
Na
igreja a centralidade é Cristo, mas em Romanos 14 vemos uma observação
tremenda: Uns creem que tudo se pode comer, o débil come legume. Há uns que
guardam dias, mas outros consideram iguais todos os dias. Isso são práticas.
Diante disso, Paulo coloca Jesus como o centro da comunhão.
Nós
podemos falar da centralidade de Cristo, mas quando é que Ele realmente assume
o centro da comunhão? Quando não impedimos e não fechamos a base do
acolhimento.
Quem
come, para o Senhor come e quem não come para o Senhor não come. Assim vemos
que Paulo não colocou as práticas, mas sim o Senhor Jesus como o centro. Quem
vive ou morre, para o Senhor vive ou morre. Por isso, quer vivamos ou quer
morramos fazemos isso para o Senhor.
Quando
enfatizamos uma prática e impedimos outra, descentralizamos o Senhor Jesus.
Portanto, a centralidade de Cristo, na prática, é o acolhimento dos santos com
seus dons e serviços. Que Deus nos dê graças para praticar o acolhimento.
No Rio
temos uma boa experiência. Os irmãos que vieram de vários grupos e os irmãos de
lá acolheram a todos, não excluíram nada. Nas reuniões gerais, para incluir a
todos, decidimos dar o que é geral para a igreja, ou seja, a Palavra, o Louvor e
a Oração. Nas reuniões gerais temos apenas o que é geral, mas nos núcleos vemos
irmãos com várias práticas e exercendo os seus dons. Há irmãs que usam véu,
alguns irmãos vão de bermuda, outros de terno. Há os que falam em línguas, e há
os que não falam nada. Em suma, nós acolhemos a todos, pois o centro não é uma
prática ou dom, mas o centro é Cristo.
COMBATENDO
A UNIFORMIDADE
Quando
lemos 1 Pedro 4:10 ARA “Servi uns aos outros,
cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça
de Deus", nós nunca mais seremos uniformizados, pois veremos que o normal
é uma igreja que exibe a MULTIFORME graça de Deus. A igreja exibe as múltiplas
formas de Cristo que é a união da diversidade de dons e a pluralidade dos
ministérios.
Pedro
diz que cada um tem um dom, mas o sistema religioso uniformiza o serviço através
das campanhas e dos moveres. Todos são induzidos a fazer a mesma coisa. Os
livres (mas traumatizados) decidem não fazer mais nada, mas nós precisamos ser
sóbrios e equilibrados. Precisamos despertar, pois cada um de nós tem, pelo
menos, uma responsabilidade. O Senhor nos deu, pelo menos, um dom.
Nós
servimos com os nossos dons espirituais e isso nos garante que o que estejamos
fazendo não seja um ativismo. Ativismo é um movimento fora do seu dom. Qualquer
movimento que você faça fora do seu dom ou fora da comissão que Deus lhe Deu é
um ativismo. Mas qualquer movimento que você faz em seu dom, que é a
manifestação do Espírito de Deus em sua vida, será um serviço ao Senhor. Cada
um deve servir com o seu dom. Não com o dom enfatizado pelo líder, mas com o
seu dom.
Nós
associamos o acolhimento e a centralidade de Cristo à Romanos 14. Precisamos
acolher os irmãos quando o que eles e o que não fazem é para o Senhor. Nosso
centro não é prática nem dons e nem ministérios, nosso centro é Cristo.
DOIS
PROBLEMAS ATUAIS
Hoje,
nas assembleias que saem do sistema religioso vemos dois problemas. Um deles é
individual, é um membro que não funciona. O outro problema é com o grupo, que não
tem direção. Vemos irmãos que não funcionam e ficam perdidos no mundo sem saber
onde está, nem de onde veio e nem para onde vai.
Certa
irmã disse que queria parar de reunir porque não estava vendo milagres acontecerem
na igreja. Perguntei a ela: Irmã, quem é que faz os milagres? Ela disse, Jesus.
E quem não faz? É Jesus, ela respondeu. Então fale com Ele e pergunte por que
Ele não está fazendo milagres aqui. É o Senhor quem faz todas as coisas e
também é Ele quem não faz. Não sou eu quem faço ou não faço, mas é Ele. Jesus
pode operar um milagre, amém, glória a Deus! Mas, Ele também pode não querer
operar um milagre, aleluia, glória a Deus! Isso é muito interessante, pois é a
manifestação da Trindade Divina.
A
PLENITUDE DA TRINDADE NA IGREJA
Quanto
a isso, nós podemos destacar três linhas da relação da Trindade dicina com a
Igreja:
1
- A linha da OBRA da Trindade consiste em:
A
ESCOLHA do Pai, a eleição feita antes da fundação do mundo (Jo 6:44, Rm 8:29-30, Ef 1:4-5),
A REMISSÃO dos pecados feita no tempo, pelo Filho (Ef 1:7)
A TRANSFORMAÇÃO do nosso ser, realizada pelo Espírito Santo (Rm
12:2, 2Co 4:16)
2
– A linha do FALAR da Trindade
Havendo
Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro
de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. (Hebreus
1:1-2 ARA)
Homens
de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao
Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis. (Atos 7:51 ARA). Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a
Sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação. (Hebreus 3:15 ARA)
Quem
tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. (Apocalipse 2:29
ARA)
3- A
linha da MANIFESTAÇÃO da Trindade.
Está
relacionada ao funcionamento dos membros. Se a Trindade está presente, os
membros funcionam! Por isso é grave uma assembleia que não funcione, pois pode
ser que a manifestação da Trindade ali esteja completamente paralisada.
DONS E
SERVIÇOS GENUINAMENTE ESPIRITUAIS
Por
isso, Paulo, em 1Coríntios 12, escreve:
A
respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. (v. 1)
- Ora,
os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. (v.4). Aqui vemos a operação do
Espírito, a terceira Pessoa da Trindade. Nós não devemos nos preocupar tanto se
os dons estão sendo ou não manifestos. A nossa preocupação é se o Espírito está
ausente. Se Ele está presente, então haverá diversidade de dons.
- E
também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. Aqui aparece a
segunda pessoa da Trindade, colocando a diversidade dos serviços debaixo de Seu
senhorio (encabeçamento).
- E há
diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos (v. 6).
Aqui encontramos nosso Pai como o verdadeiro provedor de todas as coisas.
Enfim,
dons, serviços e realizações estão relacionados com a Trindade. Portanto, se
estamos na presença de Deus, então há a manifestação de dons, de serviços e de
operações. Esse é um assunto importantíssimo, mas que infelizmente no passado,
alguém nos mandava funcionar. Alguém direcionava nosso serviço. Todavia, hoje
há uma relação direta do Cabeça com os membros. Ninguém vai mandar você fazer
nada, pois você tem uma relação direta com o Cabeça.
Graças
a Deus, os livres têm uma relação direta com o Cabeça. Agora essa é a
responsabilidade de cada membro: Consultar o Senhor e perceber a sua função no
Corpo de Cristo. E quando você funcionar pode vir alguém para abafar você. Se
isso acontecer você sai debaixo daquela pessoa e segue funcionando. Você tem
que ter convicção da Sua relação com o Cabeça. Aleluia!
DONS E
SERVIÇOS DAS IRMÃS
Se
você é membro do Corpo de Cristo, então têm que funcionar. As irmãs são membros
do Corpo, portanto devem funcionar com todos os dons e ministérios dispensados
à Igreja. Tanto a reforma europeia, quanto a chamada restauração chinesa, foram
fortemente influenciadas pelo machismo. Dessa forma, as mulheres ou servem na
cozinha, ou no máximo auxiliam nas orações, nas ofertas e como coadjuvantes no
evangelismo. Por outro lado, os homens servem na palavra, no ensino. Mas, não é
assim que vemos nas Escrituras, pois todos, inclusive as irmãs, são membros do
Corpo de Cristo e possuem dons e ministérios.
O
primeiro que incluiu as mulheres na obra foi o Senhor Jesus, em Lucas 8:1-3 (ARA) lemos: “Aconteceu, depois disto,
que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e
anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze iam com ele, (2) e também algumas mulheres que haviam sido curadas
de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual
saíram sete demônios; (3) e Joana, mulher de
Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam
assistência com os seus bens”. As mulheres O seguiam de cidade em cidade, elas
estavam na obra. Aleluia irmãs!
UMA
NOVA DIREÇÃO DO ESPÍRITO: A INCLUSÃO DE DONS E SERVIÇOS
Comissionados
pelo Espírito Santo, Paulo e Barnabé saíram para a obra e levaram João Marcos,
sobrinho do Barnabé. Dois obreiros e um cooperador. Os dois obreiros discutiram
e João Marcos voltou a Jerusalém. Pensamos que houve um prejuízo na obra. Mas
essa separação foi crucial, pois depois que Barnabé voltou com seu sobrinho, O
Espírito conduziu Paulo a incluir Silas, em seguida a Timóteo e daí por diante
vemos uma inclusão espetacular na obra do Senhor.
A
partir da Macedônia, Paulo teve liberdade de incluir outros na obra do Senhor.
Quando abrimos suas cartas vemos Sebe sendo enviada para Roma. Áquila e
Priscila e Tíquico indo para Éfeso, Timóteo sendo enviado para vários lugares.
Encontramos Trifena e Trifosa, Evódia e Síntique servindo na obra. Enfim,
diversas irmãs, diversos jovens e vários casais! Todos podem funcionar! Paulo
incluiu muitos santos na obra do Senhor, pois quem desenhou essa planta foi o
Espírito Santo.
OS
DOZE APÓSTOLOS
O
Senhor treinou doze pessoas durante três anos e meio. Aperfeiçoou, constituiu o
caráter deles e no final lá estava aquele exército de onze, pois um O havia
traído. Jesus disse ide, portanto, para propagar o Evangelho do Reino. Eles achavam
que estavam altamente capacitados, mas ficaram em Jerusalém. Até que, em Atos
8, o Senhor mudou a planta e todos foram dispersos.
Quando
a Bíblia relata todos, precisamos atentar do capítulo 2 até o 7. É muita gente,
pois no capítulo 2 o número pulou para três mil, no capítulo 4 mais cinco mil e
depois uma multidão de crentes, e todos saíram. Eles iam por toda parte
pregando o Evangelho e os doze ficaram como testemunhas em Jerusalém. Esse
testemunho foi exterminado pela Restauração chinesa, chamando os de covardes
por não terem saído de Jerusalém. Diziam que eles não invocavam mais o Senhor.
Mas, hoje nós sabemos que os doze ficaram porque estavam capacitados a morrer
pelo Senhor por focarem sustentando o Seu testemunho em Jerusalém. O Senhor
disse para eles que o Evangelho deveria ser pregado tanto em Jerusalém, quanto
na Judéia e também em Samaria, por isso eles ficaram em Jerusalém. Eles ficaram
porque estavam capacitados, porque amavam o Senhor a tal ponto que permaneceram
onde Saulo estava perseguindo, prendendo e matando. Portanto, a permanência
deles em Jerusalém foi extremamente positiva.
Todavia,
a planta foi mudada, os doze ficaram, mas os outros saíram. Quem mudou a planta
foi o Espírito Santo. Quem então incluiu os santos na obra? Primeiro foi o
Senhor Jesus e, em segundo, foi o Espírito Santo. Paulo seguiu essa planta, com
a inclusão e o funcionamento de todos os membros. Cada um com seu dom servindo
ao Senhor.
FELIPE
DESCOBRE SEU DOM E MINISTÉRIO
Em
Atos 6 vemos Felipe sendo chamado com Diácono para servir as mesas, mas ali dentro
daquela pessoa havia um dom, um ministério pronto para explodir. Um dos maiores
evangelistas das Escrituras estava cuidando das mesas. Por quê? Porque o
escolheram para isso. É muito difícil e complicado quando uma pessoa designa
você para o serviço. Você pode não ser aquilo tal com Felipe, que era um
evangelista, mas foi colocado para servir as viúvas.
Mas
graças a Deus que Saulo perseguiu a igreja e Felipe se descobriu quando foi
evangelizar Samaria e depois foi enviado para o deserto, aonde batizou o eunuco
e depois foi até Cesaréia, pregando em todas as cidades. Um verdadeiro
evangelista! Aonde ele se descobriu? No campo, se exercitando na prática. Que
Deus possa nos dar condições para descobrirmos o que cada um de nós tem para
edificar o Corpo de Cristo. Aleluia!
FUNCIONAMENTO
DE TODOS OS DONS
Aqui
na conferência tenho visto os irmãos profetizando, exercitando o dom de línguas
e fico contente, pois estava cansado de ir a uma conferência e uma pessoa só
falar por doze vezes. Aqui a palavra fluiu e você observa que cada profeta trás
uma porção que completa a outra e como é maravilhoso recebermos essa
diversidade de Cristo na maneira com ocada um coloca a Palavra. Que reuniões
maravilhosas e edificantes, cada um servindo com o seu dom. Jesus é
maravilhoso!
Como
vimos, a manifestação do Espírito é concedida a cada um de nós. O esquema, a
planta é o uso do Espírito Santo, para que Ele se manifeste em nosso meio.
Quando o Espírito se manifesta...preste bem atenção: O Espírito se manifesta e
concede dons miraculosos, tais como curas, operações de milagres, línguas e
interpretação das línguas.
A
restauração chinesa eliminou esses dons. Estou falando isso, pois participei
das reuniões que trataram da eliminação desses dons. Surgiram então as práticas
seguras (são práticas bíblicas), tais como, invocar (com realidade) o nome do
Senhor, ler e orar a Bíblia, profetizar, cantar. São práticas maravilhosas. O
problema é o contexto no qual elas foram colocadas e com qual objetivo. São
práticas seguras que objetivaram o controle. Toda massa, todos os membros do
Corpo de Cristo praticando a mesma coisa e mantendo o controle com a eliminação
da manifestação do Espírito. Se Deus dá dons de cura, milagres, línguas e
interpretações isso descontrola. O sistema quer controlar, mas os dons são para
desbloquear o controle. Todos, cada um com o seu dom, devem ser usados com Deus
quer e não como o home deseja.
Quantos
irmãos foram enterrados dentro da Reforma e da chamada Restauração, não somente
com os seus dons, mas também nos seus serviços. Eu, por exemplo, visitava
hospitais geriátricos. Pouco a pouco mais irmãos passaram a ir conosco servir
os velhinhos. Mas quando eu vim servir na Restauração chinesa, tudo isso foi
considerado com obra da alma. Uma irmã que fazia uma obra no presídio também
foi tachada de almática. Mas, nós paramos tudo isso, pois agora estávamos “no
espírito”. Que estranho!? O Espírito parou com as diversidades de dons e de serviços
que Ele mesmo criou? Estranhamente os dons ficaram restritos à palavra de
sabedoria e à palavra de conhecimento. Basicamente só profetas e mestres e
alguns evangelistas, tudo estava seguro e sob controle. O Espírito Santo quer
nos tirar desse controle humano. Ele quer nos descontrolar na medida em que
cada um de nós é usado com seu dom e serviço. Aleluia.
CONTINUAÇÃO
DA NOVA DIREÇÃO DO ESPÍRITO
Essa
foi a direção que Pedro deu aos livres. Precisamos ser sóbrios, ter
discernimento, sermos acolhedores e que cada um sirva com o seu dom.
No
versículo 12 (parte a) Pedro continua: “Se alguém fala, fale de acordo com os
oráculos de Deus;”. Esse falar é o ministério da Palavra que deve ser realizado
acordo com os oráculos de Deus. Os oráculos de Deus representam a composição de
TODA a Palavra, ou seja, o que os profetas disseram, os mandamentos do Senhor
Jesus e o que os apóstolos ensinaram (2Pe 3:2).
Portanto, o nosso falar não deve usar um texto sem contexto e nem somente deve
utilizar apenas uma porção da Escritura, eliminando as outras partes da Bíblia.
Quem fala deve compreender todos os oráculos de Deus.
No
versículo 12 (parte b) “se alguém serve, faça-o na força que Deus supre”. Pedro
relata dois tipos de servir. Um se refere ao seu dom no aspecto espiritual,
como já falamos. O outro é o seu serviço prático. Por exemplo, alguém teve que arrumar
as cadeiras aqui. Não existe dom de arrumar cadeiras isso é um serviço que deve
ser realizado na força que Deus suprir.
No
versículo 12 (parte c) Pedro escreve: “Seja Deus glorificado, por meio de Jesus
Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!”.
Na
igreja tudo isso pertence ao Senhor Jesus!
Que
direção maravilhosa o Senhor nos deu: sendo sóbrios, tendo discernimento,
acolhendo, e amando ardentemente uns aos outros, centralizados em Cristo, cada
um servindo com o seu próprio dom, os profetas usando toda a Palavra de Deus e
toda a glória, honra e domínio sendo dados ao Senhor Jesus. Essas foram as
orientações de Pedro aos crentes livres. Que Deus também nos dê tal direção!
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