segunda-feira, 19 de outubro de 2015

ENCONTRO INTERNACIONAL EM VENEZUELA OUT. 2015 (mensagem 1 de 6)



 MENSAGEM 1: " O FIM DE TODAS AS COISAS ESTÁ PRÓXIMO" (por Adilson Simões) 

Estamos em um tema que temos falado durante todo o ano de 2015 com ajuda dos irmãos do Equador, África e no Rio. O tema é “O fim de todas as coisas está próximo”. Não é o fim do mundo, mas de todas as coisas religiosas. Essa comunhão está baseada em quatro cartas, as quais são destinadas a um publica que tem uma história muito semelhante à nossa: Tiago, 1 e 2 Pedro e Judas,
Primeiro quero mostrar como tudo começou. Em Atos 2:5 ARA lemos: Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. Já em Atos 11:19 ARA diz: “Então, os que foram dispersos por causa da tribulação que sobreveio a Estêvão se espalharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus.”.

Estes dois versículos são usados pelos estudiosos da Bíblia para definir o surgimento dos crentes da dispersão. Segundo esses estudiosos, ou eles foram convertidos no dia do Pentecostes ou foram evangelizados depois da perseguição. Assim surgiram os judeus cristãos vindos de Jerusalém, da Capadócia e de Bitínia. Uma região aonde Pedro, Tiago e Judas cooperaram para o progresso da fé entre os irmãos.

TRÊS NÍVEIS DE AJUDA
Podemos definir essa porção em três níveis de ajuda. O primeiro nível está na carta de Tiago, o segundo nas cartas de Pedro e o terceiro em Judas. O que há de especial nessa história? Quando abrimos Tiago há três palavras que odiamos. A primeira é a palavra “tribo”, mas os judeus, quando são chamados de tribo de Israel ficam contentes. Logo no primeiro versículo Tiago endereça a sua carta às doze tribos que estão na dispersão. Essas doze tribos são os judeus que se converteram ao Senhor e que Tiago chama carinhosamente de doze tribos. Em Tg 5:14 há referência aos presbíteros da igreja, portanto não é tribo, é igreja. São os dissidentes das tribos de Israel.

Deus, em Sua misericórdia, levanta pessoas e meios para incluir todos os que Ele escolheu. Antigamente nós desprezávamos Tiago, mas agora estamos entendendo que Tiago usava uma linguagem que era compreendida pelos judeus.  Foram chamados de tribo, mas eram a igreja.

Outro ponto que não gostamos está em Tg 1:26-27 onde aparecem as palavras "religiosos" e "religião". Mas essa era a linguagem que os judeus usavam. Em Tg 2:2 chama de sinagogas os locais onde se reuniam. É por isso que muitos discriminam Tiago e questionam a sua clareza a respeito do propósito de Deus. Mas ele simplesmente está usando uma linguagem acessível aos judeus. Nessa situação Paulo não era a pessoa mais indicada para escrever aos judeus cristãos, pois ele iria massacrá los.

Cheio de amor, Tiago usou a linguagem dos judeus recém convertidos. Isso é o amor do Senhor, cuidando de Seus filhos em cada situação e em cada nível em que se encontram. O Senhor está levantando homens para apascentar o Seu rebanho. Os que ainda estão no sistema são cuidados por servos como Tiago que o Senhor está levantando.
Esses judeus estavam espalhados, eram peregrinos e estrangeiros e a força do judaísmo não os controlava mais. Pouco a pouco os elementos do judaísmo perdia a força no viver desses judeus. Daqui a pouco não havia mais sinagoga, nem circuncisão, nem lei mosaica e nem dieta. Por estarem espalhados os elementos da religião judaica perdiam a força.

Nesse primeiro nível Tiago foi levantado para cuidar deles, identificado em sua linguagem. No segundo nível Pedro escreve da Babilônia, duas cartas a esse mesmo público. Na história, Pedro escreveu quando Paulo estava preso ou quando tinha acabado de ser martirizado. Ao lermos Pedro, vemos que Paulo também escreveu a essas pessoas, mas não em um nível inicial, mas com palavras difíceis de serem entendidas. Pedro então assume essa jurisdição.

Essa história tem ajudado todo o continente africano a compreender o nosso papel após sermos espalhados. Que salvação é sermos espalhados! O sistema gosta de aglomeração, mas nós fomos espalhados. Somos forasteiros e peregrinos, somos da pátria celestial. O sistema fica nos procurando para nos controlar. Nos reunimos assim, aglomerados nessa conferência, mas logo depois nos espalhamos. Não têm como nos achar e controlar. É maravilhoso ser espalhados. O Senhor quer nos espalhar!

Preste atenção nesses dois versículos:
- “Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma”, (1 Pedro 2:11 ARA)

- “Como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus”. (1 Pedro 2:16 ARA)

Eles eram peregrinos, pois estavam no estrangeiro, fora da atmosfera religiosa da Judéia, mas também estavam livres do judaísmo. No aspecto espiritual também somos peregrinos e estrangeiros, pois não pertencemos a esse mundo. Também somos livres da religião. Esse grupo de judeus cristãos ganhou o apelido de livres. Tiago foi o primeiro a se preocupar, mas Pedro tem uma preocupação especial com os que foram libertos do judaísmo.

OS LIVRES, OS SOLTOS E OS LIBERTINOS
Fora da religião eu encontrei três tipos de grupos que foram libertos da religião: os livres, os soltos e os loucos. Os livres estão algemados ao Senhor Jesus. De maneira séria e responsável, eles continuam congregando, servindo, cuidando da família, dando testemunho do Senhor Jesus, encabeçados por Ele e tendo Cristo como único centro.

O outro grupo está solto, não está encabeçado. Ataca a religião, sabe identificar todos os problemas da religião, mas está tão solto que não consegue nem congregar. Acham que congregar batizar, cear, e até ler a Bíblia é um dogma religioso.

O terceiro grupo é dos libertinos. Eles saem da esfera religiosa e caem na libertinagem, na carne. Eu já tive contato com todos eles, mas prefiro ficar com os livres. Os que são soltos e libertinos riem dos livres, pois acham que ainda estamos na esfera religiosa. Ficaram realmente muito traumatizados. Ficam com medo de fazer qualquer coisa, pois acham que tudo é religião.

Um dia, em uma reunião com os que se achavam livres (mas na verdade eram apenas soltos), nos reunimos e todos ficaram calados sem saber o que fazer. Alguém falou, vamos orar para começar a reunião. Todos fecharam os olhos, os minutos se passaram, mas ninguém tinha coragem de orar, até que um deles sugeriu ao outro que fizesse uma oração. Então o outro se levantou dizendo que não, que estava livre e que não iria orar porque estava cansado das pessoas mandarem nele. No final, tentei marcar a próxima reunião. Então um deles me disse não era para marcar nada, pois era o Espírito que iria ajuntá los novamente. Eu lhe disse que já havia feito algo assim antes, na macumba, antes de se crente. Até hoje o Espírito Santo não marcou outra reunião para esses irmãos e eles sumiram. Enfim, há muito trauma e até um pouco de loucura. Os que foram libertos do sistema precisam de cuidados.

Leiamos novamente 1 Pedro 2:16: “como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus.”.
Nós somos livres, mas temos responsabilidade para com o testemunho do Senhor Jesus. Somos livres, mas devemos usar bem essa liberdade. Têm duas coisas: Ser livre e usar a liberdade. Somos livres, mas como estamos usando essa liberdade? Cada um tem autonomia para usar sua liberdade tanto para edificação quanto para destruição.

Pedro está preocupado com os cristãos livres, pois alguns deles já estavam entrando na libertinagem. Se você ler a carta com esses óculos você verá uma história maravilhosa. É um grupo de irmãos que eram livres, mas precisavam aprender a usar essa liberdade.

Em 1 Pedro 4:7 lemos: “Ora, o fim de todas as coisas está próximo;”. Esse é o fim de todas as coisas religiosas, das práticas velhas e da bagagem religiosa que herdamos dos nossos antepassados. Precisamos esvaziar nossa mochila e ter um novo início, encabeçados pelo Senhor Jesus. Pedro percebeu que essas práticas, esses conjuntos de normas um andador, uma muleta que foi removida e agora eles precisavam ver como caminhar em uma direção segura sem nada além de Cristo para se apoiar.


UMA NOVA DIREÇÃO
Pedro precisava dar uma direção aos crentes livres. Dar uma direção aos cristãos livres era talvez o maior desafio entre os apóstolos. Esses livres eram judeus ou adeptos de religiões pagãs que podiam tomar novamente o caminho de constituir uma nova religião. Principalmente os judeus que tinham construído uma religião com o que Deus deu, ou seja, o templo, o sábado, a dieta, as leis etc. Então, Pedro tinha que dar uma direção aos crentes livres sem lhes dar nenhuma base ou estrutura para eles construírem outra religião. Nós corremos o perigo de fazer outra religião.

A direção que Pedro deu nos versículos abaixo não fornecia nenhuma base para se construir nenhuma outra estrutura religiosa:
“Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações. Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados. Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração. Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!"
(1 Pedro 4:7-11 ARA)

CRITERIOSOS E SÓBRIOS
Nós que estamos no campo, fora do muro do aprisco religioso, precisamos ser muito criteriosos e muito sóbrios, pois aqui fora há muitos ventos de doutrinas, há muitos tipos de apóstolos. Não somos exclusivistas, temos a porta aberta e por isso estamos muito vulneráveis aos ventos de doutrinas. Acolhemos a todos, porém com sobriedade e muito critério. Essa foi a primeira direção que Pedro deu.

Muitas assembleias livres se dissolveram e desapareceram aqui no Brasil. Isso é novo, pois eu nunca vi uma assembleia desaparecer. Já havia falado sobre o arrebatamento, mas desaparecimento de uma igreja aqui na terra eu nunca vi. Tenho viajado bastante e visto assembleias com 60 e até duzentos irmãos desaparecerem.

Isso acontece porque não tiveram critério na inclusão, sobriedade no acolhimento e clareza na doutrina. Há muitos ventos de doutrinas. Algumas assembleias ficaram tanto tempo fechadas que quando se viram livres a riram as portas sem discernimento e as doutrinas destruíram a vida espiritual dos filhos de Deus. Que o Senhor nos dê critério para incluir e acolher.


ACIMA DE TUDO TER AMOR INTENSO UNS PARA COM OS OUTROS
Esses dois elementos não dão nenhuma base para construir uma estrutura religiosa. Deus é Amor, portanto, amar intensamente uns aos outros não é uma religião. Amar acima de tudo. Que o Senhor possa nos aclarar, pois o Amor deve ser superior a tudo.


HOSPITALEIROS, ACOLHEDORES (inclusão dos débeis e dos dons)
Quando falamos de acolhimento, nos lembramos de Romanos 14:1 ARA: “Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões”.
Acolher o débil é relativamente fácil, o difícil é acolher os dons e os ministérios. Se não ganharmos uma visão muito clara do acolhimento, podemos fazer como fizeram os 12 discípulos no período do ministério terrenal do Senhor Jesus.

Se fizermos como os doze, a igreja não incluirá mais irmãos. Os discípulos não estavam claros do acolhimento aos débeis pelo Senhor Jesus e por isso, O cercavam e impediam que chegassem até Ele. Por exemplo, a mulher Cananéia chegou ao Senhor querendo que Ele socorresse sua filha. Ela estava disposta até a se humilhar com uma cachorrinha, comendo as migalhas, mas os discípulos rogaram ao Senhor para que este a mandasse embora (Mt 15:21-29).

Quando o Senhor passava o cego gritava cada vez mais alto, Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim. E os que iam à frente o repreendiam para que se calasse (Lc 18:38-39). Até os que traziam as crianças para que Jesus impusesse as mãos e as abençoasse, os discípulos repreendiam (Mt 19:13-15).

Os discípulos não acolhiam nem a Cananéia nem o cego e nem as crianças. Os doze eram muito fechados, mas o Senhor fez uma obra de acolhimento neles. O Senhor também precisa fazer essa obra em nós. Cristo é o centro, mas nós não podemos nos reunir em torno dEle para impedir que os outros também se acheguem.

Com relação ao acolhimento dos dons, vemos em Mateus 17:14-21 os discípulos tentando expulsar um demônio e não conseguindo. Em Marcos 9:38-39 João disse: Mestre, vimos um homem que, em Teu Nome, expelia demônios, o qual não nos segue; e nós o proibimos, porque não seguia conosco.
Mas, Jesus respondeu:
“Não o proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e, logo a seguir possa falar mal de mim. Pois quem não é contra nós é por nós”.
Preste atenção que João disse que eles proibiram o homem de expulsar demônios porque ele não seguia com eles. Se seguisse conosco ele poderia expulsar. Bem que os discípulos precisavam de alguém para expulsar demônios, mas não eram acolhedores. Esse é um exemplo de dom e serviço que não foram acolhidos pelos discípulos.

O Senhor reprovou os discípulos que não acolheram a Cananéia, o cego, as crianças e nem o irmão que expulsava demônio. Sem acolhimento fica muito difícil crescermos. Que o Senhor nos dê um coração acolhedor tanto dos débeis, quanto dos dons.

Na igreja a centralidade é Cristo, mas em Romanos 14 vemos uma observação tremenda: Uns creem que tudo se pode comer, o débil come legume. Há uns que guardam dias, mas outros consideram iguais todos os dias. Isso são práticas. Diante disso, Paulo coloca Jesus como o centro da comunhão.
Nós podemos falar da centralidade de Cristo, mas quando é que Ele realmente assume o centro da comunhão? Quando não impedimos e não fechamos a base do acolhimento.
Quem come, para o Senhor come e quem não come para o Senhor não come. Assim vemos que Paulo não colocou as práticas, mas sim o Senhor Jesus como o centro. Quem vive ou morre, para o Senhor vive ou morre. Por isso, quer vivamos ou quer morramos fazemos isso para o Senhor.

Quando enfatizamos uma prática e impedimos outra, descentralizamos o Senhor Jesus. Portanto, a centralidade de Cristo, na prática, é o acolhimento dos santos com seus dons e serviços. Que Deus nos dê graças para praticar o acolhimento.

No Rio temos uma boa experiência. Os irmãos que vieram de vários grupos e os irmãos de lá acolheram a todos, não excluíram nada. Nas reuniões gerais, para incluir a todos, decidimos dar o que é geral para a igreja, ou seja, a Palavra, o Louvor e a Oração. Nas reuniões gerais temos apenas o que é geral, mas nos núcleos vemos irmãos com várias práticas e exercendo os seus dons. Há irmãs que usam véu, alguns irmãos vão de bermuda, outros de terno. Há os que falam em línguas, e há os que não falam nada. Em suma, nós acolhemos a todos, pois o centro não é uma prática ou dom, mas o centro é Cristo.


COMBATENDO A UNIFORMIDADE
Quando lemos 1 Pedro 4:10 ARA “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus", nós nunca mais seremos uniformizados, pois veremos que o normal é uma igreja que exibe a MULTIFORME graça de Deus. A igreja exibe as múltiplas formas de Cristo que é a união da diversidade de dons e a pluralidade dos ministérios.

Pedro diz que cada um tem um dom, mas o sistema religioso uniformiza o serviço através das campanhas e dos moveres. Todos são induzidos a fazer a mesma coisa. Os livres (mas traumatizados) decidem não fazer mais nada, mas nós precisamos ser sóbrios e equilibrados. Precisamos despertar, pois cada um de nós tem, pelo menos, uma responsabilidade. O Senhor nos deu, pelo menos, um dom.

Nós servimos com os nossos dons espirituais e isso nos garante que o que estejamos fazendo não seja um ativismo. Ativismo é um movimento fora do seu dom. Qualquer movimento que você faça fora do seu dom ou fora da comissão que Deus lhe Deu é um ativismo. Mas qualquer movimento que você faz em seu dom, que é a manifestação do Espírito de Deus em sua vida, será um serviço ao Senhor. Cada um deve servir com o seu dom. Não com o dom enfatizado pelo líder, mas com o seu dom.

Nós associamos o acolhimento e a centralidade de Cristo à Romanos 14. Precisamos acolher os irmãos quando o que eles e o que não fazem é para o Senhor. Nosso centro não é prática nem dons e nem ministérios, nosso centro é Cristo.


DOIS PROBLEMAS ATUAIS
Hoje, nas assembleias que saem do sistema religioso vemos dois problemas. Um deles é individual, é um membro que não funciona. O outro problema é com o grupo, que não tem direção. Vemos irmãos que não funcionam e ficam perdidos no mundo sem saber onde está, nem de onde veio e nem para onde vai.

Certa irmã disse que queria parar de reunir porque não estava vendo milagres acontecerem na igreja. Perguntei a ela: Irmã, quem é que faz os milagres? Ela disse, Jesus. E quem não faz? É Jesus, ela respondeu. Então fale com Ele e pergunte por que Ele não está fazendo milagres aqui. É o Senhor quem faz todas as coisas e também é Ele quem não faz. Não sou eu quem faço ou não faço, mas é Ele. Jesus pode operar um milagre, amém, glória a Deus! Mas, Ele também pode não querer operar um milagre, aleluia, glória a Deus!  Isso é muito interessante, pois é a manifestação da Trindade Divina.

A PLENITUDE DA TRINDADE NA IGREJA
Quanto a isso, nós podemos destacar três linhas da relação da Trindade dicina com a Igreja:

1 - A linha da OBRA da Trindade consiste em:
A ESCOLHA do Pai, a eleição feita antes da fundação do mundo (Jo 6:44, Rm 8:29-30, Ef 1:4-5),
A REMISSÃO dos pecados feita no tempo, pelo Filho (Ef 1:7)
A TRANSFORMAÇÃO do nosso ser, realizada pelo Espírito Santo (Rm 12:2, 2Co 4:16)

2 – A linha do FALAR da Trindade
Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. (Hebreus 1:1-2 ARA)
Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis. (Atos 7:51 ARA). Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação. (Hebreus 3:15 ARA)
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.  (Apocalipse 2:29 ARA)

3- A linha da MANIFESTAÇÃO da Trindade.
Está relacionada ao funcionamento dos membros. Se a Trindade está presente, os membros funcionam! Por isso é grave uma assembleia que não funcione, pois pode ser que a manifestação da Trindade ali esteja completamente paralisada.


DONS E SERVIÇOS GENUINAMENTE ESPIRITUAIS
Por isso, Paulo, em 1Coríntios 12, escreve:
A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. (v. 1)
- Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. (v.4). Aqui vemos a operação do Espírito, a terceira Pessoa da Trindade. Nós não devemos nos preocupar tanto se os dons estão sendo ou não manifestos. A nossa preocupação é se o Espírito está ausente. Se Ele está presente, então haverá diversidade de dons.

- E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. Aqui aparece a segunda pessoa da Trindade, colocando a diversidade dos serviços debaixo de Seu senhorio (encabeçamento).
- E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos (v. 6). Aqui encontramos nosso Pai como o verdadeiro provedor de todas as coisas.

Enfim, dons, serviços e realizações estão relacionados com a Trindade. Portanto, se estamos na presença de Deus, então há a manifestação de dons, de serviços e de operações. Esse é um assunto importantíssimo, mas que infelizmente no passado, alguém nos mandava funcionar. Alguém direcionava nosso serviço. Todavia, hoje há uma relação direta do Cabeça com os membros. Ninguém vai mandar você fazer nada, pois você tem uma relação direta com o Cabeça.

Graças a Deus, os livres têm uma relação direta com o Cabeça. Agora essa é a responsabilidade de cada membro: Consultar o Senhor e perceber a sua função no Corpo de Cristo. E quando você funcionar pode vir alguém para abafar você. Se isso acontecer você sai debaixo daquela pessoa e segue funcionando. Você tem que ter convicção da Sua relação com o Cabeça. Aleluia!

DONS E SERVIÇOS DAS IRMÃS
Se você é membro do Corpo de Cristo, então têm que funcionar. As irmãs são membros do Corpo, portanto devem funcionar com todos os dons e ministérios dispensados à Igreja. Tanto a reforma europeia, quanto a chamada restauração chinesa, foram fortemente influenciadas pelo machismo. Dessa forma, as mulheres ou servem na cozinha, ou no máximo auxiliam nas orações, nas ofertas e como coadjuvantes no evangelismo. Por outro lado, os homens servem na palavra, no ensino. Mas, não é assim que vemos nas Escrituras, pois todos, inclusive as irmãs, são membros do Corpo de Cristo e possuem dons e ministérios.

O primeiro que incluiu as mulheres na obra foi o Senhor Jesus, em Lucas 8:1-3 (ARA) lemos: “Aconteceu, depois disto, que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze iam com ele, (2) e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; (3) e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens”. As mulheres O seguiam de cidade em cidade, elas estavam na obra. Aleluia irmãs!

UMA NOVA DIREÇÃO DO ESPÍRITO: A INCLUSÃO DE DONS E SERVIÇOS
Comissionados pelo Espírito Santo, Paulo e Barnabé saíram para a obra e levaram João Marcos, sobrinho do Barnabé. Dois obreiros e um cooperador. Os dois obreiros discutiram e João Marcos voltou a Jerusalém. Pensamos que houve um prejuízo na obra. Mas essa separação foi crucial, pois depois que Barnabé voltou com seu sobrinho, O Espírito conduziu Paulo a incluir Silas, em seguida a Timóteo e daí por diante vemos uma inclusão espetacular na obra do Senhor.

A partir da Macedônia, Paulo teve liberdade de incluir outros na obra do Senhor. Quando abrimos suas cartas vemos Sebe sendo enviada para Roma. Áquila e Priscila e Tíquico indo para Éfeso, Timóteo sendo enviado para vários lugares. Encontramos Trifena e Trifosa, Evódia e Síntique servindo na obra. Enfim, diversas irmãs, diversos jovens e vários casais! Todos podem funcionar! Paulo incluiu muitos santos na obra do Senhor, pois quem desenhou essa planta foi o Espírito Santo.

OS DOZE APÓSTOLOS
O Senhor treinou doze pessoas durante três anos e meio. Aperfeiçoou, constituiu o caráter deles e no final lá estava aquele exército de onze, pois um O havia traído. Jesus disse ide, portanto, para propagar o Evangelho do Reino. Eles achavam que estavam altamente capacitados, mas ficaram em Jerusalém. Até que, em Atos 8, o Senhor mudou a planta e todos foram dispersos.

Quando a Bíblia relata todos, precisamos atentar do capítulo 2 até o 7. É muita gente, pois no capítulo 2 o número pulou para três mil, no capítulo 4 mais cinco mil e depois uma multidão de crentes, e todos saíram. Eles iam por toda parte pregando o Evangelho e os doze ficaram como testemunhas em Jerusalém. Esse testemunho foi exterminado pela Restauração chinesa, chamando os de covardes por não terem saído de Jerusalém. Diziam que eles não invocavam mais o Senhor. Mas, hoje nós sabemos que os doze ficaram porque estavam capacitados a morrer pelo Senhor por focarem sustentando o Seu testemunho em Jerusalém. O Senhor disse para eles que o Evangelho deveria ser pregado tanto em Jerusalém, quanto na Judéia e também em Samaria, por isso eles ficaram em Jerusalém. Eles ficaram porque estavam capacitados, porque amavam o Senhor a tal ponto que permaneceram onde Saulo estava perseguindo, prendendo e matando. Portanto, a permanência deles em Jerusalém foi extremamente positiva.

Todavia, a planta foi mudada, os doze ficaram, mas os outros saíram. Quem mudou a planta foi o Espírito Santo. Quem então incluiu os santos na obra? Primeiro foi o Senhor Jesus e, em segundo, foi o Espírito Santo. Paulo seguiu essa planta, com a inclusão e o funcionamento de todos os membros. Cada um com seu dom servindo ao Senhor.

FELIPE DESCOBRE SEU DOM E MINISTÉRIO
Em Atos 6 vemos Felipe sendo chamado com Diácono para servir as mesas, mas ali dentro daquela pessoa havia um dom, um ministério pronto para explodir. Um dos maiores evangelistas das Escrituras estava cuidando das mesas. Por quê? Porque o escolheram para isso. É muito difícil e complicado quando uma pessoa designa você para o serviço. Você pode não ser aquilo tal com Felipe, que era um evangelista, mas foi colocado para servir as viúvas.

Mas graças a Deus que Saulo perseguiu a igreja e Felipe se descobriu quando foi evangelizar Samaria e depois foi enviado para o deserto, aonde batizou o eunuco e depois foi até Cesaréia, pregando em todas as cidades. Um verdadeiro evangelista! Aonde ele se descobriu? No campo, se exercitando na prática. Que Deus possa nos dar condições para descobrirmos o que cada um de nós tem para edificar o Corpo de Cristo. Aleluia!

FUNCIONAMENTO DE TODOS OS DONS
Aqui na conferência tenho visto os irmãos profetizando, exercitando o dom de línguas e fico contente, pois estava cansado de ir a uma conferência e uma pessoa só falar por doze vezes. Aqui a palavra fluiu e você observa que cada profeta trás uma porção que completa a outra e como é maravilhoso recebermos essa diversidade de Cristo na maneira com ocada um coloca a Palavra. Que reuniões maravilhosas e edificantes, cada um servindo com o seu dom. Jesus é maravilhoso!

Como vimos, a manifestação do Espírito é concedida a cada um de nós. O esquema, a planta é o uso do Espírito Santo, para que Ele se manifeste em nosso meio. Quando o Espírito se manifesta...preste bem atenção: O Espírito se manifesta e concede dons miraculosos, tais como curas, operações de milagres, línguas e interpretação das línguas.

A restauração chinesa eliminou esses dons. Estou falando isso, pois participei das reuniões que trataram da eliminação desses dons. Surgiram então as práticas seguras (são práticas bíblicas), tais como, invocar (com realidade) o nome do Senhor, ler e orar a Bíblia, profetizar, cantar. São práticas maravilhosas. O problema é o contexto no qual elas foram colocadas e com qual objetivo. São práticas seguras que objetivaram o controle. Toda massa, todos os membros do Corpo de Cristo praticando a mesma coisa e mantendo o controle com a eliminação da manifestação do Espírito. Se Deus dá dons de cura, milagres, línguas e interpretações isso descontrola. O sistema quer controlar, mas os dons são para desbloquear o controle. Todos, cada um com o seu dom, devem ser usados com Deus quer e não como o home deseja.

Quantos irmãos foram enterrados dentro da Reforma e da chamada Restauração, não somente com os seus dons, mas também nos seus serviços. Eu, por exemplo, visitava hospitais geriátricos. Pouco a pouco mais irmãos passaram a ir conosco servir os velhinhos. Mas quando eu vim servir na Restauração chinesa, tudo isso foi considerado com obra da alma. Uma irmã que fazia uma obra no presídio também foi tachada de almática. Mas, nós paramos tudo isso, pois agora estávamos “no espírito”. Que estranho!? O Espírito parou com as diversidades de dons e de serviços que Ele mesmo criou? Estranhamente os dons ficaram restritos à palavra de sabedoria e à palavra de conhecimento. Basicamente só profetas e mestres e alguns evangelistas, tudo estava seguro e sob controle. O Espírito Santo quer nos tirar desse controle humano. Ele quer nos descontrolar na medida em que cada um de nós é usado com seu dom e serviço. Aleluia.

CONTINUAÇÃO DA NOVA DIREÇÃO DO ESPÍRITO
Essa foi a direção que Pedro deu aos livres. Precisamos ser sóbrios, ter discernimento, sermos acolhedores e que cada um sirva com o seu dom.
No versículo 12 (parte a) Pedro continua: “Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus;”. Esse falar é o ministério da Palavra que deve ser realizado acordo com os oráculos de Deus. Os oráculos de Deus representam a composição de TODA a Palavra, ou seja, o que os profetas disseram, os mandamentos do Senhor Jesus e o que os apóstolos ensinaram (2Pe 3:2). Portanto, o nosso falar não deve usar um texto sem contexto e nem somente deve utilizar apenas uma porção da Escritura, eliminando as outras partes da Bíblia. Quem fala deve compreender todos os oráculos de Deus.

No versículo 12 (parte b) “se alguém serve, faça-o na força que Deus supre”. Pedro relata dois tipos de servir. Um se refere ao seu dom no aspecto espiritual, como já falamos. O outro é o seu serviço prático. Por exemplo, alguém teve que arrumar as cadeiras aqui. Não existe dom de arrumar cadeiras isso é um serviço que deve ser realizado na força que Deus suprir.
No versículo 12 (parte c) Pedro escreve: “Seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!”.
Na igreja tudo isso pertence ao Senhor Jesus!

Que direção maravilhosa o Senhor nos deu: sendo sóbrios, tendo discernimento, acolhendo, e amando ardentemente uns aos outros, centralizados em Cristo, cada um servindo com o seu próprio dom, os profetas usando toda a Palavra de Deus e toda a glória, honra e domínio sendo dados ao Senhor Jesus. Essas foram as orientações de Pedro aos crentes livres. Que Deus também nos dê tal direção!

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